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Comunica UEPB: o despertar da consciência crítica e o combate à desinformação

Atualizado: 17 de mai. de 2024



Texto por: Ana Paula Alencar


Resistir ao avanço e diversificação da desinformação exige ações conjuntas e complementares de diferentes atores da sociedade. Nesse cenário, as escolas e as universidades possuem um papel preponderante para atuar não apenas na formação básica, a partir do conteúdo curricular formal, mas, no estímulo a uma leitura atenta e questionadora das informações. Visando oferecer às escolas da rede pública da Paraíba ferramentas para atuar nessa direção, foi idealizado o projeto de extensão “Comunica UEPB: o despertar da consciência crítica e o combate à desinformação no âmbito da educação paraibana”, vinculado ao Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).


O projeto contempla atividades, junto a estudantes e professores de oito escolas de ensino médio da Paraíba, focadas no desenvolvimento de competências crítica infocomunicacionais, em consonância com o Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal. Com metodologia aplicada, operacionalizadas de forma presencial e remota, as atividades são desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar composta por especialistas, professores, pesquisadores e estudantes das áreas da Comunicação, Ciência da Informação, Arquivologia, Ciências Biológicas e Direito.


A doutoranda do PPGMC-UFF e integrante do Emerge, Ana Paula Alencar, atua na frente direcionada aos professores, ministrando oficinas nas quais são apresentados e discutidos os conceitos de desinformação, as competências necessárias para uma leitura crítica da mídia e as possibilidades de abordagem do tema de forma transversal na sala de aula. Em cada escola, acontecem três oficinas virtuais, ancoradas nas dez competências críticas em informação, sistematizadas pelos professores e pesquisadores Marco Schneider; Pablo Bastos e Ana Brisola.


No primeiro encontro, a estrutura da notícia, as classificações da desinformação e os protocolos de checagem são abordados como conhecimentos instrumentais que suportam o posicionamento crítico e ético diante da relevância de uma informação e da credibilidade de suas fontes. No segundo encontro, são discutidas a necessidade da concentração e do gosto pelo pensamento questionador para uma leitura que perceba não apenas as estratégias textuais utilizadas, mas também os contextos econômicos, sociais e políticos nos quais o texto está inserido, considerando as representações de gênero, raça, classe e poder explícitos e implícitos no texto.


Por fim, no terceiro encontro, é proposta uma articulação de todas as competências anteriores para pensar, agir e intervir contra a desinformação. Como atividade prática desse processo de associação de saberes, não apenas para uma recepção crítica, mas, também, para a participação ativa e consciente no ecossistema informacional atual, ao longo dos encontros os professores são convidados a elaborar um plano de aula que articule um tópico do seu componente curricular regular com as competências discutidas, apresentando assim uma contribuição para o enfrentamento à desinformação.


Nas oficinas já concluídas, os planos de aula produzidos pelos professores refletem a variedade de diálogos possíveis entre os conteúdos curriculares e o combate à desinformação, indicando, assim, a potência de aperfeiçoamentos que proporcionem espaços de debate sobre as formas da produção e circulação de desinformação, mas também conduzam à exploração de possibilidades de desenvolvimento de uma geração de leitores mais atentos.


Em paralelo, são realizadas oficinas presenciais para os estudantes das escolas participantes. De acordo com a coordenadora do projeto e doutora em Ciência da Informação, Juliana Marques, o trabalho com os estudantes é estruturado de forma dinâmica por meio de jogo, vídeos e roda de conversas. “O objetivo é que, de forma lúdica, eles compreendam o papel de cada um de nós diante da realidade de desinformação que nos cerca, como checar as informações, qual a diferença das fake news e de outros tipos de desinformação, dentre outros conteúdos”, explica.


Conheça mais sobre o projeto neste link e siga o perfil do projeto no Instagram @comunicauepb.


Referências:


SCHNEIDER, Marco. CCI/7: Competência crítica em informação (em 7 níveis) como dispositivo de combate à pós-verdade. In: BEZERRA, Arthur Coelho. et al. iKRITIKA: estudos críticos em informação. Rio de Janeiro: Garamond, 2019. Disponível em: https://www.garamond.com.br/loja/ikritika-ebook


BASTOS, Pablo Nabarrete. Engajamento crítico e reflexivo: o nível político da competência crítica em mídia e informação (CCMI). In: BEZERRA, Arthur Coelho; SCHNEIDER, Marco (org.). Competência crítica em informação: teoria, consciência e práxis. Rio de Janeiro: IBICT, 2022. – (Coleção PPGCI 50 anos) 274p. Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/1200.


BRISOLA, Anna. Competência Crítica em Informação como Resistência à sociedade da Desinformação sob um Olhar Freiriano. Diagnósticos, epistemologia e caminhos ante as distopias informacionais contemporâneas. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e a Universidade Federal do Rio de Janeiro/Escola de Comunicação, Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/1165


 
 
 

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