Durante pandemia, atendimento às gestantes no SUS tem reforço nas medidas de proteção
- commovimentouff
- 16 de mai. de 2020
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Atualizado: 19 de mai. de 2020
Com poucas informações sobre a ação do novo coronavírus em bebês, grávidas temem contaminação

Nascimento do bebê | Fonte: Unsplash
Por Mariana Trindade
Diante da Pandemia do novo coronavírus, um medo que surge é como manter as consultas de rotina, uma vez que o Sistema Único de Saúde (SUS) se encontra sobrecarregado. A prioridade vem sendo os casos da Covid-19 e muitas consultas e exames foram cancelados. Contudo, quando se trata das gestantes, elas mesmas garantem que a pandemia não atrapalhou o atendimento dado a elas.
— Tive o Santigo na última semana [24/04] pelo SUS e não tenho do que reclamar. Foi muito tranquilo, fui bem atendida, tanto no parto quanto os atendimentos no posto do Rio do Ouro [Niterói] onde fiz meu pré-natal — conta Lorena Cizar.
Claro que isso não anula a preocupação das gestantes. Uma doença sem muitas respostas é alarmante, principalmente para as mamães de primeira viagem. Mylena Lugones conta suas maiores preocupações durante sua gestação:
— Minha maior aflição hoje é não saber o que essa doença pode causar no bebê, ainda que eu esteja gestante, vi reportagens de mães que não puderam ter o contato direto com os filhos assim que eles nasceram por conta do isolamento, então eu tenho pavor disso — conta Mylena Lugones, grávida de sete meses.
"Não há evidências científicas da suscetibilidade das gestantes ao coronavírus" Ginecologista Leila Adessa
Diante essas preocupações, a ginecologista Leila Adessa tranquiliza as gestantes e esclarece que não há casos de transmissão vertical, quando ocorre a transmissão de uma infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto:
— Não há evidências científicas da suscetibilidade das gestantes ao coronavírus, no entanto o Ministério da Saúde e as secretarias de saúde têm buscado dar mais atenção às gestantes. Também não há evidências de transmissão vertical — esclarece a ginecologista. Sheila Jacob, grávida de oito meses e meio, está realizando seu pré-natal no posto Silveira Martins, no Catete, zona sul do Rio. Ela conta qual foi o impacto da chegada do novo coronavírus na realização das consultas:
— Antes do coronavírus, ficou bastante confuso em meados de janeiro. Naquela época em que o Marcelo Crivella rompeu o contrato com as OSs [Organizações Sociais], ficou tenso. Fiquei mais de um mês sem conseguir consultar porque o posto ficou um tempo fechado. Mas hoje, no posto em que sou atendida, aumentou a precaução. Está mais vazio do que o costume, todo mundo usando máscara e respeitando o distanciamento. E as consultas, continuam normalmente — conta Sheila Jacob.
Quando perguntado a ginecologista, Leila Adessa, quais foram as mudanças na rotina dos hospitais e ambulatórios desde o início da pandemia, ela explicou como está sendo feita a triagem das gestantes, e esclareceu que os cuidados de prevenção são os mesmos do restante da população.
— A principal rotina nos ambulatórios é ter acolhimento e classificação de risco para identificar precocemente as gestantes sintomáticas e dirigi-las a um consultório de isolamento. Nas maternidades há uma orientação de ter um leito de isolamento ou encaminhamento da gestante para os hospitais de referência contra o coronavírus — conta a ginecologista Leila Adessa.

Medidas de segurança com o pós-parto | Fonte: Unsplash
Outra preocupação presente são as medidas que devem ser tomadas após o parto. A amamentação e as visitas vêm sendo uma questão para as famílias dos recém-nascidos.
— Tenho a preocupação com o pós-parto, porque a princípio minha mãe viria ficar comigo, mas ela mora em outra cidade e é idosa, faz parte do grupo de risco, ainda estamos avaliando. Pode ser que ela só consiga estar comigo depois de quinze dias, quando tivermos certeza que ninguém se contaminou — conta Sheila Jacob.
Em relação às medidas de segurança e amamentação, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já esclareceu que não há provas que o ato de amamentar possa transmitir o vírus, recomendando assim, manter a ação, além do uso de máscaras e medidas básicas de higiene.

Outras informações a respeito podem ser encontradas na nota emitida em 19/03 pelo Ministério da Saúde | Ministério da Saúde
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