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Experiências artísticas sensoriais contribuem para o desenvolvimento da empatia sobre acessibilidade

Atualizado: 16 de jul. de 2021

Exposições sensoriais provocam reflexões sobre o estilo de vida de pessoas com deficiência visual total ou parcial.




Imagem da exposição "Ver e Viver" de 2019. Fonte: Portal Cultura Campinas.



Por Micaela Paiva



Com o crescimento das questões sociológicas sobre a inclusão dos grupos de minorias nas práticas exercidas pela nossa sociedade, os campos das Artes, Educação e Cultura fornecem um papel fundamental para o desenvolvimento de uma reflexão autocrítica e de empatia sobre o estilo de vida de pessoas com deficiência.


De que forma experiências artísticas e culturais que utilizam técnicas sensoriais contribuem para o questionamento da inserção desses grupos na sociedade?



— A arte é importante ferramenta de reflexão e amadurecimento dos seres humanos, em especial das pessoas com deficiência que necessitam mais ainda desses estímulos sensoriais e intelectuais. — Afirma artista plástica Clara Aidar.


Apesar de sabermos a importância desse tipo de estímulo, como comenta Aidar, existem inúmeras dificuldades de implementar políticas resolutivas para o fortalecimento da obrigação das práticas de facilidade e acessibilidade às pessoas com deficiência em diversos meios.


Através da arte, é possível despertar a reflexão e a consciência, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva, além de exercer um papel importante nas discussões sobre inclusão e acessibilidade.


Dessa forma, experiências sensoriais como as realizadas nas exposições “TOQUE - Olhares travessos”, de Hélio Schonmann, e “Ver e Viver”, de Clara Aidar e Jésus Seda, por exemplo, contribuem para a percepção e sensibilização de uma sociedade em torno de um tema delicado e ainda não tão debatido como deveria para contribuir com a inclusão da população de forma igualitária.



— Essa forma de exposição é de certa forma motivacional para a inclusão na cultura e na arte. Hoje em dia é uma forma de mostrar também que exposições também não é só ver, mas também sentir, escutar, provar, tocar, entre outras formas de sentidos. — Aleson de Araújo Rios, formado em educação física, comenta sobre a experiência sensorial no Museu de Artes Modernas (MAM), no Rio de Janeiro.


Na exposição “Ver e Viver”, por exemplo, a artista plástica Clara Aidar cita que durante seu próprio processo de criação artística, acabou se baseando na intuição e sensibilidade, dois elementos que juntos, provocam no público e no próprio artista, uma composição de racionalidade normalizada desconstruída dentro do que muitas vezes é considerado como o “normal". Durante a exibição, os visitantes recebiam vendas descartáveis e eram guiados em meio às obras por monitores com deficiência visual. O que aumentava a percepção e sensibilidade em relação ao ambiente oferecido pelos artistas.




Imagem da exposição "TOQUE" de 2019. Foto: Roberta Alberti




— A transposição do conceito percepção/intuição para a produção dos trabalhos se fez pela

escolha de tecidos texturados e a priorização dos bordados, aplicação de sementes e fibras vegetais, para que o trabalho pudesse ser apalpado, sentido e interpretado, da mesma forma que a leitura pelo método Braille leva à decodificação das mensagens. — Aidar, sobre os processos da exposição “Ver e Viver”.


Explorar as diversas sensações em programas culturais e artísticos é abrir para os visitantes desses programas a possibilidade de experimentar diversas formas de percepção da arte e da vida em um contexto mais amplo. Causando, por consequência, uma maior amplitude de pensamentos coesos e intelectuais que conversam com a acessibilidade de uma forma geral.


— Essa questão envolve diretamente políticas públicas e enquanto não houver investimentos em campanhas de conscientização e inclusão das pessoas com deficiência teremos uma lacuna muito grande em relação à oferta de programas culturais. — A artista plástica pontua.


Então, podemos pensar que é necessário que haja, em um primeiro momento, responsabilidade governamental sobre a inclusão e acessibilidade principalmente dentro do campo das Artes, Cultura e Educação, para que dessa forma, a sociedade possa desenvolver maior sensibilidade às práticas inclusivas em todos os níveis.









 
 
 

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