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Free Fire e as transformações causadas pelos games em nossa sociedade

Atualizado: 24 de jan. de 2022




Em 2010 as famílias do mundo inteiro se reuniram para assistir à Copa do Mundo na África do Sul,. Um amontoado de gente nas mesas dos bares, concentrados esperando o gol, telões e projetores reproduzindo um dos esportes mais populares: O Futebol. Música oficial, grandes patrocinadores, muito dinheiro para as grandes organizações futebolísticas.


Em paralelo a isso, dentro das saudosas Lan Houses que disponibilizavam internet por um preço mais acessível, jovens brasileiros se reuniram para organizar entre eles torneios de jogos online e, dentro dessas comunidades, alguns jogos e jogadores se destacavam e o mercado de games online ganhava os olhos de patrocinadores e empresários que enxergavam as projeções do Mercado de E-Sports como o novo futebol, como o novo popular.


Dentro dessa perspectiva mercadológica, importante para o sucesso do desenvolvimento da cultura de jogos online que temos hoje, também se faz necessário pontuar que alguns teóricos da Comunicação já falavam sobre essa modernização e da construção de uma comunidade que se dava através de mídias não convencionais, como Henry Jenkins, considerado um dos mais importantes e influentes pesquisadores de mídias da nossa era.


Dentro desse mercado surge um jogo que se tornou tão popular quanto o futebol, o Free Fire, um jogo criado para smartphones que retoma nossa discussão sobre comunidade e popular. O jogo é um modelo de Battle Royale e permite que até 50 jogadores joguem simultaneamente, tendo partidas que podem até ultrapassar 20 minutos para que um jogador sobreviva no final, coletando recursos, se escondendo e lutando com os adversários até a vitória. Em 2019 o Brasil sediou o segundo campeonato internacional da Free Fire World League, o palco foi a Arena Carioca, no Rio de Janeiro e ali podemos fazer uma comparação entre o que acontece entre um jogo de futebol no Maracanã: Torcidas organizadas, público enlouquecido, jogadores agora profissionais no gamer, transmissão para todo o mundo. Esse é o cenário que o Free Fire criou no Brasil e no mundo se tornando o jogo mais baixado no mundo em 2020.



Arena Carioca Foto: Divulgação/Garena


Diante da grande popularização do game, já é notável as transformações causadas pelo mesmo na nossa sociedade. É importante destacar o enorme número de empregos gerados, uma vez que agora existem jogadores profissionais, com empregos legalizados e que fazem parte de times e grandes organizações, como é o caso do “Fluxo”, time de Free Fire que nasceu da necessidade de levar o jogo para dentro das favelas e formar jogadores.


Fundada por Bruno Goés (o famoso Nobru), morador da comunidade do Jardim Novo Oriente e por Lucio Silva (Cerol) morador da periferia carioca, a organização hoje é uma das maiores do cenário e conta com diversos jovens da periferia que conseguiram construir grandes carreiras, disputando até mesmo o mundial de Free Fire, realizado em Singapura, em 2021. O time movimenta uma enorme torcida, contando com mais de 3 milhões de seguidores no Instagram.


Também é possível destacar outros cargos gerados a partir do jogo, como comentaristas, produtores, técnicos, lojas especializadas em produtos dos times de Free Fire, entre outros. Assim, é possível concluir que os jogos transformam o nosso dia a dia e possibilitam uma maior inserção da comunidade no entretenimento. O que era para ser apenas um momento de diversão, se tornou a realidade de muitos, e hoje une diversos jogadores e torcedores, como fazia o futebol.


 
 
 

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