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Jovens enfrentam dificuldades para adentrar no mercado de trabalho

Atualizado: 13 de set. de 2021

A busca pelo primeiro emprego se torna mais difícil na pandemia





imagem domínio público


Por Anna Beatriz Cardoso



Desde muito cedo as pessoas idealizam a independência financeira. O objetivo é alcançar a maior idade cursando uma graduação e trabalhando na área de seu interesse, mas a realidade para maioria é bem diferente. Está cada vez mais difícil conseguir o primeiro emprego. O Brasil é um dos países da América Latina com uma das maiores taxas de desemprego. De acordo com o IBGE, 14,7% da população está desempregada, somando 14,8 milhões de brasileiros em busca de trabalho. As poucas vagas oferecidas exigem experiência prévia, o que é difícil para aqueles que buscam a primeira oportunidade para adentrar ao mercado.


Prova dessa dificuldade é que os jovens estão saindo cada vez mais tarde da casa de seus pais, pois não conseguem atingir a independência financeira para tal. Pesquisadores chamam esses jovens de geração canguru. Esse grupo comporta jovens entre 24 a 35, que se mantêm na casa dos pais. Em sua maioria é composta por homens (60,2%) e moradores do sudeste do Brasil onde o custo de vida é mais elevado, de acordo com dados do IBGE de 2016. Em 2005, um em cada 5 jovens não tinha saído de casa, atualmente essa estatística mudou e passou a ser 1 em cada 4 jovens. O desemprego não é o único motivo para esse fenômeno - podemos citar também a dependência emocional e o prolongamento dos estudos. Contudo trata-se de um dos principais fatores pois, ao não trabalhar, não se consegue recursos financeiros para começar a vida sozinho.


Estar no meio de uma pandemia também dificultou esse processo, pois empresas estão falindo e o distanciamento limita muito as opções de trabalho. A Covid atrasou o processo de inserção no mercado, uma vez que a busca por oportunidades ficou mais difícil devido ao distanciamento social, além de estudos serem adiados. A aluna de sociologia Helena Vallf se vê sem grandes esperanças e reflete: "o desemprego está muito alto, os prejuízos de todos estão cada vez maiores e a maioria dos lugares mais demite do que emprega". A mesma trabalha de forma autônoma vendendo prints, pinturas produzidas pela mesma, para garantir seu sustento.


Um forte aliado para conquistar a independência financeira é a internet. É possível se lançar sem precisar de altos investimentos. Isabella Assumpção consegue conciliar trabalho na internet com a faculdade de Indumentária, na UFRJ. Começou a trabalhar vendendo ecobags personalizadas na internet e hoje possui a própria marca de bolsas, a Borla. Essa conquista foi possível graças ao seu esforço e ao auxílio da internet.

"O desemprego está muito alto, os prejuízos de todos estão cada vez maiores e a maioria dos lugares mais demite do que emprega"

Trabalhar com a internet não é tão fácil como parece. Precisa-se de muita dedicação e estudo para tal, e além disso não são todas as pessoas que possuem aptidão para as mídias sociais. Outra dificuldade é encontrar trabalho na área que estudam. Muitas vezes acabam atuando em outro segmento para poderem trabalhar, como o Lucas Garbelini, estudante de Agronomia na UENF, que hoje trabalha como vendedor para poder pagar os próprios estudos e os gastos por ele gerados. Após muita procura de emprego em sua área diz: "O ideal para mim seria não ter que deixar meus estudos de segundo plano para conseguir trabalhar e me manter na área que escolhi".


O desemprego no Brasil é crescente e cada vez mais o jovem se sente perdido e desmotivado. Há uma necessidade de adaptação, tornando os trabalhos autônomos como a melhor opção no momento, mesmo que não forneçam nenhum tipo de estabilidade. A pandemia tem dificultado o crescimento econômico, o que acaba refletindo na busca pelo primeiro emprego.


 
 
 

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