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Mídia Alternativa nas Escolas de Samba cariocas é tema de artigo na ABPCom

Evento aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de outubro em Londrina




O projeto de pesquisa da mestranda Carolina Grimião para o Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da UFF busca realizar uma análise do canal do Youtube da Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói, bem como o conteúdo que se produz e todo o movimento em si frente ao que é produzido pela TV tradicional. Em um movimento recente, as agremiações, tendo como uma das pioneiras a Viradouro, começam a se utilizar desses canais como TVs e gerar programas, lives, clipes, coberturas de eventos e até documentários, tornando-se protagonistas das suas narrativas e gerando conteúdos autônomos e autorais. Esse modelo alternativo de trabalhar a mídia audiovisual inspira as pesquisas que, por meio da orientação do Professor Adilson Cabral, norteiam os trabalhos que vêm, ao longo de 2022, sendo apresentados em congressos nacionais e em grupos que debatem Comunicação e Cidadania.


A Associação Brasileira de Pesquisadores e Comunicadores em Comunicação Popular, Comunitária e Cidadã (ABPCom) realizou, nos dias 19, 20 e 21 de outubro deste ano, a XVI Conferência Brasileira de Comunicação Cidadã. A Universidade Estadual de Londrina - UEL - foi o local escolhido para sediar o evento, que contou com diversas oficinas e apresentações com debates acerca dos mais variados temas que compreendem os meios e processos de comunicação para a cidadania, as práticas sociais, a formação cidadã, as lutas contra a hegemonia e o ativismo midiático.


Com base nesses eixos temáticos, o trabalho submetido, construído em parceria com Professor Adilson, se chama “Do reality show ao telejornal: uma análise cotidiana das produções da TV Viradouro” e foi direcionado para o GT 2 - Meios e Processos de Comunicação para a Cidadania. O artigo consiste em analisar, sob a perspectiva midiática, a ressignificação de uma agenda em um cotidiano pandêmico na relação com o público de comunidades em torno das escolas de samba. Para isso, duas produções audiovisuais veiculadas no canal do Youtube do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Viradouro foram escolhidas: o reality show “O Aderecista” e o telejornal “Jornal Viradouro”, a partir dos conteúdos gerados para as plataformas digitais como o Youtube, entre março e junho de 2021. Com isso, a mestranda buscou compreender a relevância do protagonismo na comunicação institucional, da manutenção da identidade e da representatividade em um ambiente virtual.


A troca com os Professores Regis Moreira e Monica Kaseker, além dos demais colegas mestrandos presentes na sala, foi de muita riqueza. Por ser um tema que não possui muito conhecimento do público fora do eixo de Carnaval, e em um outro contexto regional e cultural, o assunto trouxe a curiosidade e aguçou um debate saudável sobre as práticas de grupos culturais como as escolas de samba na produção de um conteúdo que atenda às suas comunidades e o público consumidor daquele produto como algo próprio, institucional e com o olhar de dentro para fora. Dessa forma, também entendendo um olhar de cidadania para as agremiações, que historicamente estão inseridas em um contexto de comunicação hegemônica, dos quais os conteúdos são explorados de fora para dentro.


Para Carolina, representar o samba e o carnaval carioca fora do eixo do Rio de Janeiro, pensando seus processos próprios de comunicação e na representativa e autonomia junto aos seus grupos, sempre é uma oportunidade de falar sobre um tema praticamente desconhecido, mas que traz reflexões importantes não só para a cultura, mas para as formas de fazer midiaticamente essa cultura, com informação, entretenimento e o verdadeiro protagonismo dos atores envolvidos.


Além da apresentação do trabalho, foi possível ainda participar de duas oficinas que muito somaram às discussões e reflexões do evento e da pesquisa. A primeira delas foi “Decolonizando pautas, reportagens e modos de produção em Comunicação”, com representantes de grupos voltados à diversidade. E a segunda, “Publicidade Social, cultura e práticas de sustentabilidade comunitária”, com a importância dos projetos sociais, seu retorno à sociedade e suas identidades comunitárias.


A ABPCom é uma experiência para pensar além, interagindo e trocando com aqueles que também pesquisam e atuam nas frentes cidadãs da Comunicação.




Texto por:

Carolina Grimião

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano PPGMC UFF




 
 
 

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