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Pedagogia e feminismo: como debater sobre os direitos de meninas e mulheres nas escolas?


Texto por: Julliane, Thiago e Larissa (Graduandos(as) da UFF).


O empoderamento feminino e a construção de um repertório político e social por parte da mulher são processos individuais que podem levar anos para se desenvolver. O entendimento sobre estar inserida em uma sociedade machista e opressora normalmente ganha forma na adolescência ou durante a formação no ensino superior. Mas será que a pedagogia possui algum papel social ao educar meninas sobre essas pautas desde a infância?


O feminismo se configura como o conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias das mulheres no combate à discriminação e opressão feminina, indo contra o sistema patriarcal em busca da equidade de gênero. Tal movimento, com seu início no século XIX, teve papel fundamental na conquista por direitos e oportunidades que agora fazem parte do dia a dia das mulheres.


Equivocado está aquele que acredita que as crianças estão livres dos efeitos desse sistema patriarcal, pois até mesmo através de desenhos animados e brinquedos infantis, alguns papéis de gênero são repassados, como ao associar sentimentos, doçura e fragilidade ao universo feminino e a brutalidade, racionalidade e insensibilidade ao universo masculino.


Com isso, inserir a importância do papel das mulheres ao longo da história e debates sobre equidade de gênero nas estratégias educacionais, principalmente direcionadas às meninas, pode ser fundamental na formação de diversas mulheres e fator decisivo na autonomia desses indivíduos.


Falar sobre feminismo na infância não precisa necessariamente envolver a inserção de pautas complexas e incompatíveis com a idade dos alunos, mas sim, oferecer alternativas para as meninas a fim de demonstrar que diversas mulheres tiveram papel fundamental na possibilidade atual delas estudarem na mesma sala de aula que os meninos e também que há outras formas de expressar sua individualidade, não necessariamente os modelos femininos da família são as únicas alternativas. 


Podemos citar como exemplo, a boneca Barbie, que foi ícone na infância de muitas meninas — hoje mulheres – que continua sendo um personagem super atual. Deixando as pautas sobre padrão de beleza e pressão estética em segundo plano, é evidente que a Barbie, desde seus primórdios, é capaz de mostrar às meninas, de forma lúdica, que a mulher é capaz de ser quem ela quiser.

Dessa forma, uma pedagogia que trate de direitos das mulheres não precisa e não deve ser algo complexo, mas pode resultar em um processo de ensino aprendizagem em que as meninas não se encontrem como receptoras passivas, mas como sujeitos.


A opressão da mulher não é algo que essa menina vai se deparar apenas fora da escola, como algo único e exclusivo “da sociedade machista”, pois a escola como instituição está contida nessa sociedade e apesar de ser um ambiente que deveria ser estimulador do desenvolvimento e formação de todos, perpetua ideais que são frutos do patriarcado. Infelizmente, o sexismo presente nos currículos, livros didáticos e práticas pedagógicas acompanham as crianças e adolescentes ao longo do percurso pedagógico e aponta que há um longo caminho a se percorrer no sentido de uma educação que promova a equidade de gênero. 


Quantas autoras mulheres você se lembra de ter estudado antes do ensino médio? Até mesmo em ano de preparação para o vestibular, nomes femininos são quase nulos se comparados aos diversos autores e cientistas presentes durante toda a formação acadêmica. Portanto, buscar desenvolver um ensino que seja capaz de contribuir para um ambiente coletivo e solidário não é benéfico apenas para as meninas e mulheres em formação, mas para a sociedade como um todo.





 
 
 

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